O último trago

Felipe Lima

16 fev, 2019

É possível que, caso o leitor esteja acompanhando a minha pequena odisseia em busca de uma vida livre do tabaco, surja aqui uma ligeira confusão mental que, forçosamente, associe a presente obra cinematográfica ao calvário que tenho vivido e relatado no supracitado diário. Pois, saibam, nada tem a ver uma coisa com a outra.

O filme aqui apresentado foi concebido no já longínquo ano de 2009, de forma absolutamente despretensiosa e descontextualizada de qualquer evento que se passava ali (Wagner, o ator, afinal, nunca deixou de fumar) ou cá, já que nunca fui dado a vaticínios muito profundos…

Os tempos eram de plena tranquilidade, onde as tardes nos proporcionavam o mais puro e legítimo ócio criativo. Desses momentos, nascem pequenas joias como essa. Recomendo vivamente ao leitor, portanto, que, caso possa, permita-se desfrutar de tempos assim.

A trilha original, não sei bem por que, é de Van Morrison (Brand New Day, do álbum Moondance, de 1971), o que acabou por dar um aspecto um tanto sorumbático ao filme. Acho que foi uma escolha acertada, pensando agora. Nos créditos finais, originalmente, entrava uma música indiana de Shankar Jaikishan, a qual, por sinal, eu gosto muito. No entanto, revisitando a obra, vi que não fazia sentido ali e acabei por eliminá-la do rolo. O estalar de vinil também é uma novidade desta reedição.

Os letreiros também foram refeitos na edição de 10 anos – como a estou chamando –, feita especialmente para ser publicada aqui. Os anteriores eram bastante amadores e sem muito apuro estético. Acredito que assim tenha ficado melhor, um pouco mais fino e elegante.

Por fim, a ideia de transformar o filme em Super 8, também é uma novidade desta edição. Originalmente, ele era em P&B e feito em stopmotion, o que foi mantido, porém, com uma taxa de frames mais baixa e um rebalanceamento dos tons de preto e branco.

Sobre o Super 8, é um formato com o qual venho trabalhado bastante e tem me agradado demais. A minha ideia é, em breve, ir colocando aqui pequenas peças que tenho produzido nesse formato absolutamente incrível e nostálgico.

Bem, esses foram alguns aspectos dessa obra, que, não posso deixar de dizer, foi feita em parceria como meu bom amigo Wagner Andrade, alcunha Peter, que, na época, não me permitiu publicar o vídeo por receio de possíveis melindres e retaliações familiares. Agora que foi anistiado, ei-lo aqui.

Divirtam-se!

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